“Fulano entrou no bloco para operar o braço esquerdo e saiu com o braço direito tratado”, ou alguma variação desse cenário, é quase uma evidência anedótica obrigatória aos mais antigos para explicar sua completa desconfiança em relação aos hospitais. Há uma razão para isso: houve um tempo em que, de fato, confusões do tipo em centros de saúde não eram tão raras assim. 

Pacientes com nomes parecidos, em um mesmo hospital, podiam ter os diagnósticos trocados, a falta de documentação prévia levava médicos a operar membros ou órgãos em perfeito estado e a falta de comunicação linear entre os profissionais de saúde gerava consequências graves às vidas confiadas a eles.

Isso não quer dizer que os médicos eram ruins ou relapsos; apenas que, evidentemente, melhorias podiam ser feitas em um ambiente naturalmente caótico como um hospital. E, eventualmente, protocolos foram propostos para diminuir os erros e otimizar os atendimentos.

Com o auxílio da tecnologia, as normas de identificação e classificação em hospitais foram uniformizadas a ponto de, hoje, termos um conjunto de metas internacionais de cuidados que servem para todos os tipos de centros de saúde ao redor do mundo. Graças à Organização Mundial de Saúde, as Seis Metas de Segurança do Paciente não são apenas uma sugestão: são uma imposição global para que nenhuma vida seja prejudicada por erros médicos banais.

Em tempos de Covid-19, as metas de segurança do paciente são ainda mais importantes 

Se, antes da pandemia do coronavírus, decretada pela OMS em 2020, já não era lá muito interessante esticar o tempo de estadia sem necessidade, fosse ele de internação ou à espera de atendimento, a rapidez se tornou ainda mais fundamental depois desse cenário.

A sociedade passou a notar com mais avidez todos os cuidados que já fazem parte do setor de saúde há anos, como o uso de luvas, máscaras e higiene das mãos. Além disso, tornou-se vital aos hospitais demonstrar ao público sua capacidade de gerenciamento de pacientes, isolando os casos prováveis de Covid-19 dos demais, e otimizando a entrada e saída nas unidades de terapia intensiva.

Tudo isso só é possível graças às metas de segurança do paciente e à tecnologia que abraça a gestão dessas metas. Afinal, por mais que pareçam simples a quem vê de fora, em um hospital sempre muito movimentado colocar todas as metas em ação sem o amparo tecnológico é impensável.

Veja, abaixo, quais são cada uma das seis metas e como torná-las objetivos cumpridos com os serviços da Copylink.

#1 Indicação correta do paciente

Parece trivial, mas essa é a primeira meta por um motivo simples: é a partir da correta identificação de quem precisa de ajuda que todo o processo de ajuda é feito. Em locais onde transitam centenas ou até milhares de pessoas diariamente, é essencial fazer a triagem com todo o cuidado, principalmente porque homônimos não são tão raros como gostaríamos de supor.

O principal indicador para a mensuração dessa meta é a taxa de eventos adversos causados pela falha na identificação do paciente. A forma de prevenir erros é tão simples quanto o próprio indicador: pulseiras padronizadas com identificação básica, como nome, sobrenome e CPF.

Essa pulseira, que deve ser conferida sempre que possível pelo próprio paciente, deve se manter em seu braço até a alta.

#2 Comunicação efetiva

Você confiaria em um hospital onde a enfermeira da triagem fala mandarim, o médico responsável pelo atendimento fala inglês, o técnico do raio-X fala grego e nenhum deles entende a língua do outro?

Pode parecer exagero, mas não é: erros de comunicação podem levar às mesmas consequências de um atendimento como o cenário acima, ainda que todos estejam falando português alto e claro. É só olhar à volta e você vai perceber que a comunicação é falha em seus princípios mais básicos – até mesmo nos relacionamentos interpessoais podemos ter obstáculos para entender os outros, certo?

Contudo, esse erro, por menor que seja, não é aceitável em um centro de saúde. É indispensável que todos os setores conversem muito bem entre si, tenham padronização no atendimento, respeitem a informação gerada pelo profissional anterior e, ainda assim, consigam confirmá-la ou não.

Os indicadores para a comunicação efetiva são a proporção entre prescrições verbais e por telefone ou outro meio; o registro de comunicação de resultados críticos de exames; e a proporção do registro de transição do cuidado entre áreas.

É humanamente impossível ter um backlog eficiente disso tudo à mão. Portanto, sempre que possível, digitalize o prontuário – que é o principal documento do paciente em um centro de saúde –, disponibilize-o nos setores em que ele pode ser útil e envolva o paciente no seu próprio processo de cuidados, dirimindo dúvidas que possam evitar falhas. 

#3 Melhorar a segurança dos medicamentos

Qualquer procedimento de armazenagem, movimentação, prescrição e uso de medicamentos deve ser fundamentalmente documentado não apenas para a segurança dos pacientes, mas de todo o corpo clínico envolvido no dia-a-dia de um centro de saúde.

Além disso, deve ser feito o registro e a organização de fármacos que tenham nomes, grafias ou embalagens similares, para evitar que alguém se confunda e ministre o medicamento errado a alguém em tratamento.

As taxas de erro são os principais indicadores: na prescrição, na dispensação e na administração dos medicamentos – o que pode levar a outro indicador importante, que é a taxa de eventos adversos causados por interação medicamentosa inadvertida. 

Para cumprir essa meta é indispensável fazer a checagem correta do paciente (meta #1) e a leitura atenta do prontuário disponibilizado aos profissionais da enfermagem (meta #2). Utilize a pulseira de identificação padronizada durante o processo. 

#4 Cirurgia segura

Existe um programa da OMS para a verificação de itens básicos antes de qualquer cirurgia no que visa garantir a segurança dos pacientes. Ele engloba:

  • Paciente 
  • Procedimento 
  • Lateralidade (quando aplicável; qual lado deve ser operado)
  • Posicionamento 
  • Equipamentos

Como indicadores temos os números de cirurgia em locais errados, erros médicos decorrentes de operações – ou ocorridos durante operações –, taxa de mortalidade cirúrgica intra-hospitalar ajustada ao risco e taxa de adesão à lista de verificação dos pacientes.

Mais uma vez, para a conclusão desta meta é indispensável verificar a pulseira de identificação do paciente, checar nos documentos qual é o procedimento cirúrgico a que ele vai se submeter e, no caso de lateralidade, demarcar com caneta a área exata a ser operada antes que o paciente vá para o bloco. 

#5 Reduzir o risco de infecção associado ao cuidado

A assistência ao paciente, em qualquer centro de saúde, envolve riscos. A famosa “infecção hospitalar” figura como o mais popular deles. Ainda que seja uma condição inerente ao ambiente, é imprescindível trabalhar para reduzir o risco ao menor índice possível.

Os indicadores dessa meta são o monitoramento do volume de soluções alcoólicas para higiene das mãos, do volume de sabonete líquido e percentual de adesão aos processos de higiene – tudo com cálculo para mil pacientes por dia.

Além de distribuir a preparação alcoólica para higienização em todos os setores do centro de saúde, a gestão também pode fazer a orientação a pacientes e familiares quanto à assepsia e treinamento da equipe em relação aos protocolos de prevenção a infecções. 

#6 Reduzir o risco de danos aos pacientes resultante de quedas

Em cada leito deve constar informações essenciais à equipe multiprofissional do hospital quanto ao risco de queda envolvendo o paciente em questão, seja com danos ou sem danos à saúde. O índice total de quedas é o principal indicador dessa meta.

A identificação do risco de queda deve ocorrer logo na admissão do paciente – o que significa que, desde a recepção até a equipe responsável pelo monitoramento de internações, todos devem estar cientes da condição de cada pessoa atendida. Em adição à comunicação, é essencial retirar objetos e mobiliários que aumentem esse risco e sinalizar todo o ambiente para que pacientes e equipes de cuidado fiquem atentos à possibilidade de queda.

Caso ela ocorra, o prontuário deve ser rapidamente atualizado com esse novo evento.

Metas de segurança são metas de comunicação

Como podemos ver, todas as metas orientadas pela OMS para segurança do paciente são pautadas em, basicamente, um item: a padronização da comunicação. Caso o centro de saúde tenha meios organizados de informar simultaneamente todas as equipes envolvidas no cuidado dos pacientes, boa parte dos riscos são dirimidos.

Só que, quanto mais pessoas passam diariamente pelo local, mais difícil fica fazer a gestão de todos esses dados. É aí que entra a tecnologia.

Além da digitalização e disponibilização dos prontuários na nuvem, facilitando o acesso de pessoas autorizadas a eles, utilizar as pulseiras de identificação é primordial para que os erros sejam reduzidos. Etiquetas com cores, indicando a gravidade do caso, e com a impressão legível e correta do paciente em questão, não são um “luxo”, mas uma obrigação do hospital para manter todo o corpo clínico na mesma página.

A Copylink possui todo o aparato tecnológico, desde as impressoras térmicas até o material de impressão, para que seu centro de saúde confeccione as etiquetas de identificação com rapidez, eficiência e legibilidade. Além disso, também podemos te ajudar na impressão de documentos médicos e outros dados da área de saúde.

Quer saber mais? Fale com um de nossos consultores e conte com a gente para o alcance de todas as seis metas de segurança do paciente. 

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