Provavelmente você já ouviu falar no conceito de Indústria 4.0, um
termo que vem se tornando cada vez mais comum em rodas de gestores e
empresários. Mas você sabe o que significa esse termo? Na realidade,
muitas pessoas têm uma visão distorcida sobre o que é a Indústria 4.0 e
se ela já existe.
Para eliminar qualquer questão que você tenha sobre o tema,
resolvemos criar um post simples, porém recheado de informações. Boa
leitura!
O que é a Indústria 4.0?
Em primeiro lugar, antes mesmo de entrar no tema deste post, vamos
contextualizar os tempos em que vivemos. Há alguns milhares de anos o
homem deixou ser nômade e passou a se organizar em sociedade.
Com isso, passamos por várias incrementações tecnológicas nos meios
de produção até chegarmos à criação da indústria e as chamadas
revoluções industriais, que foram 4. São elas:
- primeira: introdução das máquinas a vapor;
- segunda: combustão interna e eletricidade;
- terceira: digitalização;
- quarta: inteligência.
Estamos vivendo ainda sob o período da quarta revolução industrial, na qual a transformação digital trouxe uma série de possibilidades e novas realidades, encurtando distâncias e criando oportunidades.
Esse período teve início durante a edição de 2011 da Feira de
Hannover, sendo que o conceito foi apresentado por Klaus Schwab,
fundador e então diretor do Fórum Econômico Mundial.
O termo Indústria 4.0 engloba as principais inovações em termos de
tecnologia dentro do campo de controle, automação, TI e outros pontos
voltados para a manufatura.
Dentro desse leque de soluções podemos destacar tecnologias como
Internet das Coisas, Robôs, Inteligência Artificial, Internet de
Serviços e várias outras inovações capazes de gerar processos de
produção mais customizáveis, autônomos e eficientes.
Além disso, também temos uma visão descentralizada dos processos
produtivos em conjunto com uma ligação direta entre dispositivos
inteligentes por toda a cadeia de produção e logística.
Quais seus impactos e benefícios?
A chegada da quarta revolução industrial trará uma série de impactos e vantagens
na forma como a manufatura funciona hoje, sendo que diversos processos
deverão ser readequados a esse contexto. Veja alguns dos principais
pontos!
Especialização da mão de obra
O mercado de trabalho será um dos mais afetados, uma vez que a mão de
obra terá de se especializar para lidar com os novos desafios de
trabalhar com as novas tecnologias.
Aos poucos, se espera que processos manuais e repetitivos sejam substituídos por recursos automatizados e novas ferramentas, o que exige diferentes conhecimentos dos trabalhadores.
Ou seja, na Indústria 4.0, o colaborador deixa de ter um papel braçal
para ser um recurso estratégico, sendo que a demanda por profissionais
não deve diminuir, mas sim se adequar a essas novas demandas.
Nesse contexto, os conhecimentos técnicos deixarão de ser apenas um
diferencial competitivo no mercado de trabalho para uma exigência cada
vez mais comum. Já habilidades em TI e tecnologia poderão se tornar o
mais novo commodity.
Capacidade de operação em tempo integral
Mesmo em fábricas que contam com vários turnos de trabalho, a
operação acaba sendo minimizada por conta da troca de turno, cansaço dos
trabalhadores ou vários outros fatores.
Dentro da Indústria 4.0 teremos fábricas trabalhando em tempo integral com produção máxima. Isso acontece por conta da automação de processos, ou seja, não é necessário uma pessoa dedicada a todo tempo para manter seu funcionamento.
Além disso, a gestão de todas as atividades será centralizada e
baseada em dados, permitindo que gestores possam agendar mudanças, tomar
decisões muito mais rápido e melhor.
Descentralização de processos
Um problema comum dentro da manufatura é a identificação de erros, que acontece, geralmente, na finalização do processo, sendo que a empresa acaba arcando com um prejuízo maior.
Com a utilização de inteligência artificial e dispositivos
inteligentes é possível realizar o monitoramento de forma
descentralizada de cada uma das etapas de produção.
Dessa forma, qualquer erro identificado já é ajustado para evitar que
o produto final contenha imperfeições que prejudiquem a sua
comercialização e gere perdas para a empresa.
Outro ponto interessante é que controlar de forma independente cada
um dos estágios da manufatura também permite tomar melhores decisões
sobre cada uma delas, sendo que as alterações podem ser postas em
prática rapidamente.
Modularidade
A modularidade é outro grande impacto da Indústria 4.0, permitindo a
acoplagem e desacoplagem de qualquer máquina dentro do processo
produtivo de acordo com as demandas do momento.
Isso traz uma flexibilidade para a manufatura e a possibilidade de
otimizar a produção em momentos nos quais é necessário maior
produtividade e diminuir conforme essa necessidade não se faça mais
presente.
Tal possibilidade ainda garante que os produtos tenham uma maior
facilidade de personalização, eliminando o conceito criado por Ford e
atualizado pela Toyota de linha de produção, sendo que nem sempre algo
deverá seguir o mesmo ciclo produtivo.
Essa modularidade também permite uma melhor adequação e uso do espaço
interno das manufaturas, que poderão dispor de locais reduzidos para a
sua produção.
Redução de custos
Por último, deixamos para falar sobre o queridinho dos gestores, a redução de custos. É óbvio que empregar os conceitos de Indústria 4.0 exigirá investimentos por parte das empresas, mas o retorno é certo!
Além de produzir mais e melhor, será possível alcançar uma grande
redução de custos com a demanda por menos mão de obra, espaço para
produção, otimização da logística, melhores tomadas de decisão e
diversos outros pontos de melhoria.
Quais os desafios enfrentados nas empresas?
Segundo especialistas da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial,
cerca de 15% do setor de manufatura já está implantando conceitos de
Indústria 4.0, o que é um avanço, mas ainda significa pouco.
Uma pesquisa realizada pela Fiesp identificou uma série de dificuldades em nosso país para o desenvolvimento do conceito da quarta revolução industrial.
Segundo os dados coletados, o Brasil ocupa o 64° lugar no mundo em
termos de inovação, sendo que somos a 8ª maior economia do mundo.
Contudo, ainda podemos pensar positivo, pois os investimentos em
tecnologia vêm aumentando ao longo dos anos.
Dentre os maiores desafios enfrentados pela inovação do setor industrial brasileiro estão:
- desconfiança: gestores e colaboradores ainda têm medo da inovação;
- riscos: alguns diretores ainda acreditam que exista risco no investimento em novas tecnologias;
- falta de conhecimento: empresas ainda não têm know-how ou um direcionamento técnico eficaz.
A Indústria 4.0 ainda precisa evoluir muito até chegar aos patamares
esperados, porém, ela já é uma realidade e cada vez mais você ouvirá
falar sobre ela.
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